
Presidente e um dos grandes responsáveis pelo atual sucesso do grupo Guararapes – Riachuelo,
Flávio Rocha, iniciou sua carreira aos 14 anos, trabalhando na fábrica de tecidos da família. Mesmo
tendo se iniciado tão cedo no mercado de trabalho, Flávio largou a faculdade de Administração na
FGV faltando um ano para se formar.
E por mais que exista uma onda de “gênios desistentes dos estudos”, exemplos como Mark Zuckerberg,
Bill Gates e Steve Jobs e muitas pessoas considerem isso como sinônimo de glamour. Flávio se arrepende
muito ter largado os estudos.
Em depoimento ao site da revista Exame, Flávio diz: “Precisei correr atrás do prejuízo depois, fazendo
alguns cursos de extensão.” Um desses cursos, que foi realizado em Harvard, sobre a integração das
cadeias de suprimentos, fazendo com que Flávio retornasse ao Brasil com uma nova visão, aplicando
imediatamente em todos os braços do que eram as empresas do grupo Guararapes.
Segundo ele, sua fixação se tornou transformar o que era uma empresa fatiada – em que cada elo da cadeia
tinha sua máquina de distribuição própria, buscando sua sobrevivência com seus clientes próprios -, em uma
empresa eficiente, explorando as sinergias entre cada uma dessas fatias.Flávio então concluiu que a eficiência
vinha da cooperação que todas peças da produção exerciam entre si.
Desde as mudanças implementadas por Flávio, a Riachuelo tem registrado crescimento. Em números: 260
unidades e valor de mercado de 5,1 bilhões de reais.”Nosso modelo de negócios é o que Harvard batizou de ‘fast
fashion’. Ele se baseia menos no planejamento e mais na velocidade de resposta. Nós temos uma coisa que
ninguém consegue fazer no Brasil: temos 10 dias de ‘lead time’ entre nossas fábricas e nossas lojas. Isso significa
que a gente tem uma variedade recorde, lançamos 100 produtos por dia – 35.000 itens por ano”, diz.
Flávio considera o varejo o setor do futuro no Brasil, pois ele cresce em ritmo superior ao PIB nacional: “O varejo
de alta produtividade representa ainda menos de 15% do PIB e está destinado a representar 30% nos próximos
anos – o espaço para crescimento é imenso.”
Flávio Rocha e sua família são os únicos brasileiros a ocupar a lista dos cinquenta mais ricos da indústria da moda
no mundo. Flávio teve uma passagem política, já correu duas vezes a Maratona de Nova York. Também ocupa o
conselho de diversos órgãos ligados a fomento do varejo e desenvolvimento industrial no país.
O executivo também dá conselhos para quem está no início da carreira, destaca a importância de se ter um
comprometimento com um propósito maior, que não deve ser meramente material. “As pessoas só serão bem
sucedidas se elas fizerem o que as emociona, o que as move. Se você fizer a escolha pelo seu coração, pelo seu
propósito, a compensação material virá muito mais forte no futuro.”